A Árvore do Passado
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A Árvore do Passado
Re: A Árvore do Passado
Re: A Árvore do Passado
Sentia-me com o pico da vivacidade, como se nada fosse capaz de arrancar isso de mim, e tive a certeza quando Sáskis pediu para eu esquecer isso, que já não haviam planos, só esperava que ele não estivesse falando da boca pra fora, se estivesse também eu não mudaria, coisa que já havia mencionado antes. Algumas pessoas sentem sem sabem que estão sentindo verdadeiramente, essa foi uma das únicas vezes que selei meus lábios nos lábios de outrem que fora algo que senti. Senti vontade, desejo. Dei um passo pra frente na tentativa estúpida de me aproximar mais de Sáskis, mas tudo que consegui foi colocar nossos corpos no chão desastradamente. Comecei a rir deitada na grama ao lado dele, só não comi terra porque coloquei os braços na frente. A chuva estava um pouco mais fraca, mas relâmpagos se enfrentavam no céu e as nuvens estavam escuras, como o fim de um entardecer sombrio. Mas eu vejo certa beleza nas sombras. Fico de joelhos no chão e dou a mão para Sáskis que se senta na grama. Me agarro em seus ombros e sento em seu colo colocando cada perna de um lado do seu quadril, assim ficava um pouco mais alta que ele. Beijo o canto da sua boca, o outro canto o meio, mordo a ponta do seu queixo, desço para o seu pescoço e roço meus lábios por ele, até chegar perto da orelha. NÃO morda América! Instintivamente mordo de leve o cando do seu pescoço sentindo as coisas mudarem um pouco. Volto para os seus lábios. Não posso chegar perto do pescoço de Sáskis. Não tenho nada a falar, mergulho em seu olhar, permitindo-me entrar em vales inalcançáveis. Abraçada com ele consigo sentir o seu corpo delineado por conta da roupa grudada no mesmo, braços, peito, barriga. Minha mão acaricia sua nuca, meu coração bate mais forte e acho que poderíamos estar em um lugar mais reservado -q só acho. Envolvo-me novamente em um beijo quente, gostoso e intenso. Off: Posts pausados entre Meri (linda) e Sáskis (Amigo do Naruto). |
Re: A Árvore do Passado
Passeio.
Os lábios de América vão consumindo os do Sonserino o fazendo sentir o gosto de sua boca mesclado água da chuva, ela praticamente estava devorando Sáskis, seguindo o caminho certo para o fazer perder o pouco de juízo que o resta - falando no sentido figurado, pois não há como ter juízo nesse momento - entre um movimento e outro, ambos estavam no chão e em seguida, ela estava em seu colo, e o garoto era atacado por seus beijos de todos os lados, ficava difícil para o menino revidar, mas isso não quer dizer que estava impossibilitado, ah não. Sáskis respondia seus gestos, beijando seus lábios, seu pescoço e quando deu por si, estava beijando até seus ombros e regressando todo - eu disse todo - o trajeto em mordidas e chupões. Seu cheiro, um integrante do conjunto "América" estava o tirando do sério no momento. Os lábios do garoto marcavam a pele da Corvina. Suas mãos puxavam a cintura da mesma, uma delas até começava a cair, escorregadia. E veja só que ótima combinação. Suas mãos escorregavam pelas pernas de América unindo em um exclusivo e único propósito e este consistia em apalpar impudicamente o bumbum da garota. Na verdade, estava usando aquela região para trazê-la para mais perto de seu corpo. - Isso não está ficando quente demais, Srta. Feinster? - Sussurrou, mordendo seu lábio inferior, o puxando lentamente.
Re: A Árvore do Passado
Re: A Árvore do Passado
Desejo e o hormônio, vontade, rebeldia e tudo junto. Suas mãos apertando meu corpo, seus lábios passando pelo meu pescoço, a vontade tão viva quanto nós. Ele também percebe que estamos deixando as coisas irem um pouco longe demais, ou não é necessariamente isso que quer dizer. Me afasto um pouco dele e exibo um sorriso. - As coisas estariam muito mais quentes se não estivéssemos aqui. - Sussurro. Mas então me afasto, passo a mão pelo seu rosto alisando o mesmo, levando e vou atrás da minha varinha. Ando alguns metros e agarro a mesma do chão, estou me sentindo América. Mas para que eu possa verdadeiramente me sentir América, eu preciso me lembrar de que América não se fere, cura feridas, foge das dores, luta. América é livre e eu sou livre. Olho para Sáskis. - Vamos? |
Última edição por América L. Feinster em Sáb 14 Mar 2015, 12:50, editado 2 vez(es)
Re: A Árvore do Passado
Passeio.
Depois de todas aquelas trocas de carícias, beijo e afins, o momento parecia por fim, ter cessado. Sáskis arqueou a sobrancelha direita observando a garota se afastar e se levantar; pegando sua varinha. Em parte a entendia - entendia seus motivos - por outro lado sentia-se frustrado, mas não a ponto de demonstrar. O garoto se levantou fitando a garota com o mesmo sorriso largo de momentos atrás. - Pode ir, ficarei mais um pouco.. - Piscou para ela. - Afinal preciso pôr a cabeça no lugar, e tem algo que devo fazer... - Murmurou ajeitando um pouco suas vestes.
Última edição por Sáskis Bonham-Lyon em Sáb 14 Mar 2015, 12:38, editado 2 vez(es)
Re: A Árvore do Passado
Visivelmente ele também precisava de um tempo, tempo que só o nosso íntimo pode saber sobre quantidade e como retirar feridas, ou tampar marcas e enfim, tantas outras coisas. Assenti com a cabeça esboçando um sorriso e levantando a mão enfaixada dando um aceno para o garoto. - Até mais. - Viro e começo a andar, sentindo os pingos engrossarem ainda mais. - Ah, e manda um oi pro Naruto. - Grito ainda de costas para o garoto, enquanto dou um leve impulso com as pernas e corro com toda a minha agilidade, esta maior do que as dos demais, já que minha raça me permite isso. SAIO do local. |
Re: A Árvore do Passado
Passeio.
Assim que a garota se retira Sáskis percebe o que acabara de fazer - algo realmente maravilhoso para si próprio, pois se tinha alguma certeza e que gostava daquela Corvina - por outro lado havia magoado Luna, uma coisa que não desejava fazer nem em seus piores pesadelos. Mas agora havia adentrado a um caminho sem volta, aliás, não tinha a menor intenção de voltar. Por mais que estivesse se sentindo mal em relação a Luna, não há mais nada que se possa fazer, apenas ter uma conversa com ela e ser honesto em relação a tudo. - Ai ai América, espero encontra-la novamente em breve.. - Sorriu de forma boba, dando ás costas, caminhando na direção contrária ao caminho que a garota tomou. [...] Um salto ao ar foi dado pelo garoto - tomando a forma de um animal selvagem - ao cair sobre o chão. Um enorme tigre branco de olhos azuís, tinha tomado o lugar do garoto, a outra face de Sáskis, o enorme animal disparava em correria pela região ainda chuvosa. Correndo entre os pingos ríspidos de água que caía com certa velocidade, movimentando-se com certa rapidez, enquanto seus pêlos majestosamente sacudiam ao vento. E assim Sáskis percorreu boa parte da região. SAINDO daquela área.
Re: A Árvore do Passado
Caminho lentamente com Lucas pelos corredores do castelo, há muitos anos eu passava pelo mesmo momento em que vive Lucas, não precisa ser mestre para saber o que estava acontecendo com ele, mas no meu caso eu tinha um amigo, um amigo que pôde acalentar meu coração, amigo que hoje é meu marido. Fico em silêncio, quero deixar Lucas a vontade, quero que ele saiba que ele tem em mim mais que uma diretora, mas também uma amiga, uma mãe, afinal é isso que quero ser para meus alunos lufanos, quero estar ao lado deles sempre que precisarem. Ao atingirmos a parte de fora sinto o calor do fim de tarde, a grama um pouco molhada, indícios de que choveu e lembro da minha amortencia, sorrio discretamente caminhando ainda lentamente.
Aos poucos nós chegamos em uma leve subida que nos leva para a Árvore do Passado. Seguro no ombro do rapaz para eu não cair, sinto certa intimidade com Lucas, porque além de ser meu aluno ele é da família. Ao chegar perto da árvore, vejo ela se balançar graciosamente de um lado para o outro. - Essa árvore é muito bela. - Suspiro e sento-me próximo ao troco, estico minhas pernas e deixo o tronco ereto colocando as mãos sobre as pernas. - Minha mãe era Lady das Trevas e se chamava Mabelle Le Blanc. - Digo vendo a árvore colocar em prática seus poderes, logo meus pensamentos estavam virando uma penseira pública, mas que somente Lucas tem acesso, a imagem de Mabelle surgiu, uma bela mulher de pele branca cabelos negros e olhos azuis. Suspiro, olho para frente afim de concentrar minhas emoções. - Mabelle sempre foi minha inspiração embora Lady das Trevas... Eu diferente dos meus irmão caí na Lufa-Lufa, o chapéu ficou tanto tempo na minha cabeça para me selecionar... - Digo deixando meus ombros caírem, sei da minha essência sonserina e da outra parte corvina, mas a minha escolha era a Lufa e ele sempre leva em consideração o que queremos ser, não somente o que somos. - Eu sou a prova de que Lufanos também tem espinhos, de que somos árduos e lutamos pelo que queremos... Na sua idade eu brigava com todo mundo que mexia comigo, enfiava a varinha no meio da cara das pessoas e sentia vontade de matar... - disse olhando para o lado. - Mas... Eu sempre fui leal em meus princípios e é isso que me torna tão lufana como sou. Na minha época tivemos um torneio, mas não tribruxo e sim duaslista, contra os alunos do Instituto Lopperdood. - Sorrio lembrando. - Eu fui escolhida para representar a Lufa, eu, seu pai, Joseph e Gabi. - Olho para cima, as imagens passavam se modo leve, era como se pudesse viver tudo novamente. - Lembro que quando estava na barraca da Lufa-Lufa, Luch foi me visitar e eu estava arrebentando tudo com uma fúria incessante dentro de mim... E eu sempre senti que nunca tive um lado bom de fato, sempre tive uma peculiaridade para a arte das trevas e cá entre nós... Na época eu achava que me daria muito bem como uma comensal... - Rio baixo. - Loucura. Consegue me imaginar como uma comensal? - Pergunto olhando para o garoto. - Espero sua resposta.
Off: Postagens pausadas entre Lucas e Juliana
Re: A Árvore do Passado
Crows
Escuto atentamente Juliana falar e então respondo sua pergunta -Não, Diretora...- Digo com um olhar pensativo. Levanto a cabeça após a mulher comentar sobre contar uma história, se levantando com dificuldade da cadeira em seguida colocando sua mão em meu ombro. Me levanto junto e logo saímos da sala.
Caminhando pelos corredores de Hogwarts acompanhado da Diretora, ora olhando para a mulher e ora olhando para o caminho, “Para onde ela está me levando?”, ergui a duvida em minha mente. Era um pouco visível a confiança de Juliana em mim, mas não queria essa confiança, por medo de acabar ferindo-a, dizem que lufanos não temem a dor, realmente eu não temia, mas seria a dor de outra pessoa e não a minha. Chegando fora do castelo, podia ver o céu alaranjado combinado com a grama úmida, era um clima bom ao mesmo tempo que curioso. Após ajudar a professora subir por um lugar um pouco inclinado, chegávamos a arvore do passado. Afirmo com a cabeça o comentário da mulher. Após observar a mulher sentar comentando sobre sua mãe, “Lady das trevas...”, me aproximo da arvore e sento ao seu lado, observando os galhos se enrolarem na professora e por fim, em mim.
Estava de olhos fechados, mas ao escutar a voz da mulher, abro-os e vejo uma moça de cabelos negros e olhos azuis, os quais me lembravam uma garota, “Tiffany...”, e então escutando atentamente as palavras da mulher. “Tanta raiva por uma casa?”, pensei olhando para Juliana, mas logo a pergunta foi respondida. Voltei meus olhos para as lembranças que mudavam conforme a mulher falava. “Meu pai...”, observava alguns trechos da lembrança, vendo Juliana, Joseph, Morôni e Gabi, um sorriso veio no meu rosto em ver os quarto juntos, mas a feição voltou a ficar um pouco mais pensativa quando ela comentou sobre Luch. Mudando para Juliana destruindo a barraca em que estava e Luch aparecendo para acalma-la, mesmo que não parecesse possível.
-Não somos tão diferentes...- Comento em tom baixo enquanto escutava a professora e observava a lembrança. Ela tinha o gosto pelas artes das trevas, talvez pela sua mãe ser a Lady, mas comigo era um pouco diferente, eu gostava por gostar, mas ainda sim fazia o possível para compreender ao máximo a Diretora. –Loucura- Comentou a diretora, sou uma risada baixa. Logo me pergunta se eu conseguia imagina-la como uma comensal.
Volto a olhar para a mulher –Não... Diretora- Digo com um pouco de incerteza. Era difícil imagina-la como comensal, mesmo com as lembranças demonstrando sua raiva, parecia algo passageiro. “Ninguém é totalmente puro...”, pensei voltando a olhar para as lembranças. Não havia comentado algo a mais para não tirar conclusões precipitadas sobre Juliana, e sabia que aquele assunto era um pouco delicado para ela, do mesmo modo que me via um pouco naquilo, refletia sobre o que via e o modo que ela encarou os acontecimentos e mudou até chegar na mulher que conheço hoje.
Off: Posts pausados entre Juliana C. Collin Drac e Lucas von Lich. Collin
Re: A Árvore do Passado
Olho para o horizonte e deixo minhas memórias continuarem, é algo muito particular, mas eu sei que Lucas vai guardar segredo, sei também que ele é alguém por quem vale a pena compartilhar. - Luch me ajudou a perceber que eu poderia concentrar toda essa minha fúria em algum lugar... - Disse lembrando da nossa conversa. - Que eu não precisava ser cem porcento boa para ser uma pessoa boa de fato, e que o mundo precisa de pessoas como nós para continuar se movendo. - Olho para ele na palavra "nós". - O que eu quero te dizer é que eu me senti uma pessoa completa no momento em que pude lutar em uma guerra, mo momento em que pude acabar com a vida de pessoas... Mas era pessoas ruins e isso não me torna uma pessoa suja. - Olho para frente novamente, percebo que nunca compartilhei isso com ninguém além de Luch, que na verdade conseguia ler isso nas minhas entrelinhas. - E quando Luch disse "Você será uma grande bruxa aonde quer que esteja... Seja qual caminho queira seguir..." eu me senti incapaz de derramar sangue inocentes só porque eu tinha aptidão para isso. - Rio um pouco triste, mas orgulhosa de mim mesma. - Então eu percebi que eu poderia mesmo ser uma grande bruxa, e eu escolhi o meu lado. - Olho para Lucas. - Nem por isso eu sou uma pessoa boa. - Agora minha voz está mais firme, poucos conhecem esse meu lado. - Ou nunca reparou no demônio que habita em mim quando preciso defender o que eu amo? - Pergunto ao garoto, dificilmente eu saio com arranhões, e quando saio provavelmente eu acabei com a vida de alguém, como na feira natalina. Usaram três crucios em mim, usei meu vira-tempo e matei três, bem como em muitas outras situações. - Você acha que meus filhos são sonserinos porque? - Pergunto para o garoto olhando penetradamente em seus olhos. - Olívia não é só uma menina revoltada Lucas, ela escolheu o seu caminho, bem como eu teria feito há anos... Mas diferente dela, eu tive alguém com quem conversar... Minha filha não. - Olho para frente sentindo meus olhos ficando cristalizados. - Minha filha não procurou ajuda e eu deveria ter percebido. - Suspiro segurando as lágrimas. - E eu estou conversando com você, porque não quero perder mais um filho sem ter tido a chance de aconselhá-lo. - Falo calmamente sentindo o equilíbrio voltar. Respiro fundo. - Lucas... Você não precisa ser de lá para ser um grande bruxo, mas se quiser eu estou aqui para te apoiar seja lá qual decisão tomar. - Brinco com meus dedos. - E se decidir ficar, eu tenho certeza que a nossa casa estará em boas mãos, terá um professor maravilhoso, um homem admirável... Somos a prova de que o ruim também pode ser bom. - Finalizo com um grande suspiro. - Eu aprendi a esconder o meu demônio e usá-lo somente nas situações pertinentes. - Digo olhando para cima, as imagens se foram e tudo que sobrou foi a nostalgia.
Olho para Lucas, não quero encher a sua cabeça de ideias confusas, mas quero que ele olhe para dentro de si e veja do que realmente é capaz, de salvar vidas e transmitir conhecimento, ou de derramar sangues inocentes. Mas isso obviamente é ele quem tem que saber, estou disposta a ensinar qualquer coisa para ele, das boas até as mais perigosas poções, os feitiços mais perigosos, tudo que ele quiser, só basta ele me pedir e ficar por perto. Eu posso ajudar ele a se controlar, mas isso é Lucas quem tem que querer. - Enfim, se você quiser ficar... Se você quiser mostrar todo o seu poder, eu estou aqui! Eu posso fazer você ser um grande bruxo, explorar suas melhores habilidades, e melhorar as piores. Você pode defender a nossa casa com unhas e dentes. - Silêncio. - Basta querer. - Silêncio novamente. - Tem algo que queira me falar? - Pergunto novamente esperando que o garoto confie em mim, sinto que está incomodado com algo.
Off: Postagens pausadas entre Lucas e Juliana
Re: A Árvore do Passado
Crows
“O mundo precisa de pessoas como nos para continuar se movendo”, pensava na frase enquanto Juliana comentava que se sentia melhor atacando as outras pessoas, pessoas ruins, durante a guerra do que atacar qualquer uma aleatoriamente, o que me fez pensar nas mortes que houveram durante o Hollocausto, as perdas das famílias e amigos. Expressei um sorriso leve olhando para a Diretora, que agora olhava para frente, vendo as lembranças. Escuto a risada triste da mulher com o comentário de ser um grande bruxo em qualquer caminho, o que me deu um pouco de confiança em continuar o sonho, mas também sentia um pouco da dor da mulher em relação a sua raiva. “Você não é uma pessoa ruim...”, pensei, logo balanço negativamente a cabeça em resposta a sua pergunta. Comecei a escutar prestando mais atenção em Juliana, que aparentemente começava a ficar triste em comentar sobre Olivia, meu coração apertou um pouco, eu tinha um problema ao ver pessoas tristes, geralmente tentava compreender a dor das pessoas, no caso de Juliana foi a perda e o suposto erro com sua filha, e me sentia mal por estar ali, com a mãe da garota que havia enfrentado há alguns meses, que havia tentado desmascarar algo que nem sabia se era real. “Um filho...”, abaixo um pouco a cabeça, “Eu... Um filho...”, era visível o medo de Juliana em perder alguém do mesmo modo que sua filha, mas eu sentia um pouco mais de controle sobre esse “demônio” dentro de mim, eu não conseguiria matar alguém, só pessoas que merecem para acabar com o sofrimento, já as outras, deixo a vida e a morte decidirem entre si qual é o destino.
Eu sou diferente de Liv, mas não muito de Juliana. Após terminar de falar, já havia tomado minha decisão, mesmo que há muito tempo antes dessa conversa, esclareceria tudo para a mulher que havia confiado em mim.
-Você não precisa se preocupar com isso, Juliana...- Raramente usava o nome das pessoas, tratando de forma mais formal, porém acho que era certo ter um pouco mais de familiaridade naquela situação –Eu tenho controle sobre esse demônio que há em mim, eu o conheço...- Disse sorrindo –Eu só tenho medo de acabar deslizando e caindo para o lado errado, Ju. Desde pequeno eu tenho o sonho de ser um grande bruxo, um sonho infantil, mas ainda sim um sonho. Me inspiro tanto em Luch quanto o ministro, Dionisio e Saphira. Não que você não seja uma grande bruxa, é uma bruxa extraordinária... Mas sempre escutei as histórias sobre eles e o modo que eles adquiriram tais conquistas...- Uma memória acabou vazando para a arvore, era eu pequeno, aos 5 anos, brincando sozinho em meu quarto –Eu vejo em você um grande bruxo, meu rapaz- Falava o garotinho com voz grossa, então se virou para o mesmo lugar em que estava antes –Obrigado Diretor, eu prometo que vou cuidar de todos os bruxos contra a Lady das Trevas- Falou retirando um graveto do bolso fazendo uma reverência onde supostamente estaria o “Diretor”. Sentia meus olhos encher com um pouco de água –E pensar que levei isso até os dias de hoje, mas não me importando em ser muito reconhecido...- Comentei fazendo a imagem sumir.
-Eu gosto das artes das trevas, Ju, porque eu quero conhecer o inimigo que irei enfrentar...- Disse passando uma das mãos nos olhos –Desculpa... Mas eu temo cair para o lado das trevas porque...- Disse com um pouco de dificuldade –Eu acho que... Gosto da Lady- Eu sabia o quanto era estranho dizer aquilo, então expliquei melhor –O poder que ela tem e exerce, a grande bruxa que ela se tornou, eu admiro isso nela... Mas temo passar ao lado dela caso haja oportunidade. Parece um pouco difícil de compreender, e se compreender vai saber que é algo doentio... Mas é o que eu sinto, infelizmente, por ela- Já havia começado a falar normalmente.
Ficando em silêncio por um tempo, volto a falar –Você sabe porque eu desisti de me tornar um grande bruxo?- Perguntei para a mulher –Porque eu nunca vou ser... Eu sou incapaz Professora, olhe para os outros, meus irmãos, seus filhos, os filhos de Lillian, todos tem um grande futuro...- Falei cabisbaixo –Agora olhe para mim...- E uma lembrança de quando era pequeno apareceu, 6 anos, um garoto de vestes verde esmeralda no quarto encarando uma cômoda que se mexia –Eu podia ser pequeno... Mas isso me afetou, você sabe- Falei observando a lembrança. Logo um vulto saia de traz da cômoda e revelava Adele, Luke e Alexis em pé, chorando com vários cortes profundos e sangramentos pelo corpo, o garoto de vestes verdes estava paralisado com a cena, mas logo Sookie apareceu, tentando impedir a visão enquanto Morôni fazia o feitiço contra o bicho-papão, então a lembrança sumiu. Uma escuridão rápida tomou conta para revelar uma espécie de sítio com um campo de quadribol improvisado, entrando adentro da casa, estava eu dormindo –Eu sonhei com o Bicho-papão daquele dia, exatamente do modo que aconteceu, mas não contei para ninguém...- Então o garoto, agora com 8 anos, acordava chorando, logo Luch, Morôni, Juliana e Sookie apareciam para ver o que tinham acontecido, seguido de seus filhos, então a lembrança pulou para um local mais escuro, estavam eu e Luke na floresta procurando galhos para o acampamento no sítio –Você vai para esse lado que eu vou para o outro- Falei para Luke enquanto tentávamos cercar uma sombra com um formato esquisito, Luke estava com uma pedra, eu estava com as mãos vazias. Cercando a sombra, a mesma avança em minha direção, com Luke atrás dela, e, com o som de chicote, a sombra se transforma em Morôni e Sookie mortos, enquanto Luke tropeçava em uma raiz de arvore, não demorou muito e aparecia Morôni e Luch mirando a varinha para a sombra, e por fim a lembrança se desfez –Por isso que não arrisco... Posso acabar estragando tudo e ferir gravemente alguém...- Disse um pouco sério –Mas não é exatamente isso que quero lhe mostrar...- E novamente as lembranças giravam –É isso... Os meus fracassos...- Passava um pouco rápido as lembranças, o feitiço mal executado na época de Máximinia, os feitiços que não funcionavam tanto nos eventos do ministério quanto em eventos aleatórios –Eu sou fraco, Ju...- Eu sendo sequestrado, encontrando a varinha das varinhas nas mãos do homem e a perdendo para o dementador, os ataques que sofri e os outros tentando me ajudar, eu me defendendo da maldição da morte com um pênis, pegando a varinha das varinhas e perdendo-a novamente, a criatura fincando seus chifres em meu corpo e os feitiços falhos, todas as lembranças falhas passavam em uma velocidade consideravelmente rápida, até finalmente trazer a escuridão para o lugar.
Havia confiado coisas que nunca havia dito a ninguém, e como Ju havia confiado em mim, esperava também poder confiar nela, como uma segunda mãe. Então continuei -Por isso que eu quero ensinar... Porque não sou um bruxo bom- Disse olhando para baixo –Estou disposto a tentar lutar mesmo sabendo que não vou conseguir fazer muita coisa...- Digo voltando a olhar para a mulher –Eu tenho ideias, mas são só ideias que eu não arriscaria participar, porque posso estragar tudo...- Sentia um pouco de raiva de mim mesmo, não demonstrava, mas era visível meus punhos cerrados com força –Eu quero ser forte, um grande bruxo... Mas qual é o custo pra ser um? Quer dizer... Vale arriscar tudo para se tornar um?-
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