Quarto do Bastardo (Augustus Howard)

Cada passo parecia em câmera lenta. Não era preciso muito mais do que alguns movimentos para chegar até o bau ao lado da cama, abri o mesmo e peguei a corda que havia dentro, fui até a varanda e amarrei a corda na grade, em seguida em meu pescoço apertando com força, virei um leão albino e forcei a grade, pra ver se ela aguentaria, por sorte ela não cedeu. Voltei a forma humana, peguei meu charuto, olhei para o mesmo e coloquei-o na boca, passando uma das pernas para fora da varanda e em seguida a outra, segurei me na grade, sabia que se caísse agora o suicídio estaria completo, mas faltava algo, traguei o charuto, usando as duas mãos e joguei o corpo para frente. O que aconteceu em seguida foi muito rápido. A fumaça que eu havia acabado de tragar parecia que faria minha cabeça explodir, não podia nem sequer imaginar o que um dia foi respirar, meus braços fraquejaram e senti o charuto cair da minha mão, tudo ficou preto e a dor e angustia simplesmente passaram, escutei o que podia um dia, em uma outra era, batidas... na porta? Nunca saberei, tudo o que eu via era a escuridão, que me motivaram ao ato.

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