Piscina

Férias, do mikaelês, Mikaela feliz. Acordei toda disposta, espreguiçando-me e soltando um bocejo que saiu confuso porque meus lábios estavam contorcidos em um sorriso. O milagre de acordar bem disposta se dava porque não havia uma única alma para dividir o quarto e emitir sons desagradáveis, emitir gases ou me irritar. Tinha o bônus de acordar na hora que bem quisesse e poder vestir o que me desse na telha. Tomei um banho longo e relaxante de banheira, passando pelo chuveiro apenas para me enxaguar. Enrolei os cabelos molhados em uma toalha e o corpo na outra e fui até o meu quarto dançando. Ao chegar, me escorei no guarda roupas e apreciei minhas roupas como um cão aprecia a carne na vitrine. Peguei um maiô, o meu favorito, que delineia meu corpo e me deixa linda e cobri o corpo com um vestido longo e largo, apenas com um elástico na cintura para dar um charme. Sequei os cabelos, prendendo-os em um coque frouxo e coloquei meus óculos de sol. Uma rasteirinha nos pés e eu estava no céu. 

Caminhei pela mansão com um sorrisão estampado na cara, mas infelizmente não encontrei ninguém para partilhar minha emoção. Estranho seria encontrar uma alma pelos corredores, mas não vem ao caso. Passei na cozinha para pegar uma garrafa d’água e fui em direção a área externa. Iria dar uma passadinha pelo lago, mas tive a impressão de ter ouvido algo vindo da piscina. Algo brilhante se passou pela minha cabeça: sol, verão, maiô e uma bebidinha pra garantir a diversão. Acordar de bom humor é tudo de bom! Joguei a garrafa de água longe e peguei uma garrafa de tequila no armário de bebidas. Virei a garrafa nos lábios e dei longos goles, caminhando finalmente a piscina. Minha alegria se multiplicou ao ver que quem estava ali era minha irmã. – SIS DELÍCIA! – Berrei, chamando sua atenção. Tirei os óculos, deixando-os sobre uma das cadeiras e parei próxima a piscina, notando minha irmã toda encharcada. – Toda molhadinha, ein? Queria que o Luke estivesse aqui pra ver isso! – Caí na gargalhada, lembrando de uma piadinha interna. Maureen era a molhadinha do trio mosqueteiro. Puxei as alças do vestido aos ombros, fazendo o mesmo cair no chão e exibir minha roupa de banho. Dei um passo para o lado, deixando não só a peça de roupa no chão, como também meus chinelos e larguei a garrafa de tequila na beirada da piscina, me jogando e sentindo a água fria arrepiar meus pelos. Submergi, tirando o excesso de água dos olhos e pegando a garrafa mais uma vez. – Quer um gole? – Estendi a garrafa, deitando o corpo e “boiando”. Foi nesse momento de leveza que lembrei estar atrasada. Puxei Mamau pela mão e saímos dali.