Ambientação - Silence Garden

O nome Silence Garden é dado para uma ilha muito peculiar, que é secretamente uma das mais ricas em cultura e emoções do Arquipélago. Entretanto, não é fácil reconhecer seu valor apenas à primeira vista, pois em toda a extensão de sua orla há apenas um desinteressante e plano jardim, bem ao nível do mar. O formato desta ilha é tediosamente geométrico, sem qualquer construção aparente no litoral, além de árvores perfeitamente alinhadas e plantações bem cuidadas. Em questão de atratividade local, temos apenas flora, pois da mesma forma que Maravi Island é excelente para desenvolver plantas mágicas, Silence Garden é o local ideal para plantas não-mágicas, assim como frutas exóticas e belas flores, que inclusive são plantadas aqui por trabalhadores inferis da Escola a fim de serem utilizadas no Festival da Primavera de Lanmkof. Apesar da aparência pacata, esta ilha é o ponto de parada preferido pelos entusiastas do espiritismo e paranormalidade, graças a presenças sombrias, fantasmagóricas e de certa forma grotescas, como o das pequenas criaturas sem nome, de cabeça alongada, cinzenta e coberta de veias saltadas, com uma aparência oleosa. Elas não possuem olhos e nem inteligência como outras raças mágicas, mas contam com quatro patas entroncadas, que possuem quatro dedos finos e pegajosos em cada uma, com os quais absorvem a memória de bruxos através do contato, das memórias mais recentes para as lembranças mais antigas, dependendo do tempo de exposição. Por isso, não é incomum encontrar alguns bruxos vagando desmemoriados por aí, pois subestimaram a velocidade de ataque destes seres. É importante ressaltar que estas criaturas devoradoras de memórias não desaparecem de vez com todas as lembranças, eles costumam juntá-las em esferas rígidas, brilhantes e prateadas, prendendo-as como bexigas de ar nos cantos das paredes do templo presente no centro da ilha. Este templo é a única construção de todo Silence Garden e é completamente negro e reluzente, como obsdiana. Seu formato é rude e afiado, apontando para o céu sem muita definição de forma. Ele também possui uma complexa rede de túneis em formato de labirinto, iluminado por lembranças de marinheiros e curiosos perdidos e que se espalha por todo o subterrâneo da ilha. O aventureiro que se arrisca a caminhar por esse labirinto, se houver sorte de encontrar o “outro lado”, irá se deparar com uma superfície bem diferente dos jardins de onde partiu. Este lado de Silence Garden é o seu maior segredo e também seu maior tesouro, o que os historiadores e exploradores chamam de Dead City.

Dead City é um vilarejo gótico, assombrado e constantemente assolado por um nevoeiro, que invade as frestas e janelas de cada ruína ou casa ainda em pé, fazendo um frio subir pela espinha dos visitantes de uma forma incontrolável, independentemente do número de peças de roupa que possua. O local faz jus ao nome, pois é habitado apenas por mortos: fantasmas, inferis e vampiros constituem a população local, que pode se mostrar hostil em alguns momentos ou desesperada em outros, inclusive vendendo partes de seus corpos ou oferecendo serviços em troca de algumas poucas gotas de sangue e fatias de carne fresca ou levemente apodrecida. É basicamente uma sociedade decadente e nada autossuficiente, envolta numa energia negativa densa. Aqueles que buscam aprimorar a Arte das Trevas encontrarão aqui um excelente local para negociações e aprendizado inclusive. O vilarejo como um todo fica centrado de forma circular ao redor de uma Catedral há muito tempo abandonada, onde possivelmente nunca fora realizado algum culto de cunho cristão. Os espaços entre seus negros tijolos emanam sangue e o assoalho possui placas de gelo acumulado em alguns pontos, graças às repentinas mudanças de temperatura. Um Cardeal Negro é quem comanda o local, oferecendo abrigo para os entusiastas das trevas e cuidando dos livros mais infames que possui em sua biblioteca particular, aberta apenas para um seleto grupo de pessoas que saibam provar o seu valor.