[5° ANO] Alfie Andrew Farley

Alfie é um menino totalmente comum. Mestiço, filho único. Sua mãe trabalha em casa como escritora de contos bruxos infantis, enquanto seu pai possui uma loja de brinquedos no beco diagonal. Nada de extraordinário. Sua vida sempre foi muito tranquila, brincou na idade em que deveria brincar e levou algumas broncas quando fazia coisa errada. Sua personalidade que talvez seja o diferencial de sua história. Desde pequeno sempre foi muito calmo, paciênte e justo. Características que o levou a entrar para a lufa-lufa anos mais tarde. Quando pequeno gostava quando sua mãe lhe contava suas histórias e atualmente o que mais sente falta nas noites solitárias em Hogwarts é isso, a voz doce e calma de sua mãe lhe contando histórias. É bastante ambicioso, mas prefere alcançar seus objetivos de maneira sempre justa e se por algum acaso precise atrapalhar alguém para conseguir as coisas mais fáceis, com certeza ele fará pelo jeito mais difícil. O que mais lhe atrai nas pessoas é a integridade, ele gosta de pessoas que não sejam sacanas e talvez por esse motivo não tenha tantos amigos assim. Em uma garota o que mais lhe atrai é a voz, gosta de timbres suaves e delicados. Um de seus maiores sonhos é viajar pelo mundo e conhecer todos os tipos de dragões, pessoalmente. Por isso sua matéria favorita sempre foi e sempre será trato de criaturas mágicas. Gosta de conhecer o modo como os animais pensam e agem. Atualmente almeja o cargo de monitor da Lufa-Lufa.

Última semana de aulas. Eis uma frase que me deixa um pouco conturbado. Todo final de ano eu fico um pouco pensativo e vejo o quão passou rápido. Não gosto muito da sensação de estar ficando velho, mais maduro ou seja lá como chamam. Talvez sejam os hormônios aflorados que me fazem pensar nisso, mas ao contrário dos outros que preferem atingir logo a idade adulta, eu preferia permanecer para sempre como um adolescente. Depois de uma grande maré de azar onde a Lufa-Lufa não ganhava uma copa das casas há mais de quatro anos, eu estava totalmente confiante que ganharíamos nesse. Seria uma grande vitória, levando em consideração que ganharíamos apenas com uma monitora e um diretor totalmente novo que ninguém havia visto antes. Cogitei a ideia de me conversar com ele sobre a monitoria e a cada dia que passava eu tinha mais vontade de ir falar com ele. Mas sabe quando você não se sente preparado para algo? Bem, eu ainda não me sentia. Com quatorze anos sentia que não conseguiria passar uma imagem de monitor exemplar, de um bom aluno, de um líder. Coisa que o quinto ano me traria, junto com a idade mais velha. Por isso, estava ansioso -apesar daquela sensação de querer que o tempo não passe- que tudo isso acabasse logo para que eu retornasse em Setembro confiante para ganhar o cargo.

Já no horário do banquete todas as mesas estavam barulhentas. Os alunos conversavam entre si e discutiam sobre a vitória da copa das casas. Eu estava bem quieto, confesso. Quieto de nervoso e quieto porque não tinha tantos amigos como eu gostaria de ter. Essa era uma parte que não me deixava tão satisfeito assim comigo mesmo. Gostaria de ser mais aberto e ter facilidade para criar amizades, coisa que todos pareciam ter, menos. Por este fatídico motivo nessas ocasiões eu ficava apenas admirando o modo como a monitora ajeitava os cabelos vez ou outra e o jeito como seus olhos puxados encaravam ansiosos a diretora finalmente falar o nome da casa vencedora. Depois de um longo discurso que poderia ter sido cortado pela metade, finalmente chegou a hora de dizer a ordem das casas. Quarto lugar, terceiro lugar. Lufa-Lufa estava entre ser vice ou campeã. - Vamos, texugos! - Minha mão se fechou e o suor entre os dedos refletiam a ansiedade interior, conjuntamente com meu coração acelerado. Ao ouvir o nome da lufa-lufa, - Isso! - Finalmente os texugos eram os campeões. Era inevitável a algazarra em nossa mesa, cada um comemorava do jeito que podia. Bati palmas, orgulhoso pela nossa casa. Desde sempre a lufa-lufa era minha casa favorita e me orgulhava de estar presente nela. Presenciar sua vitória era uma honra e se dependesse mim, isso se repetiria várias outras vezes.