[4ºano] Boréade Schneider

Boréade como a deusa das neves em sua forma romana, tão fria e delicada, como a neve que cai no chão em uma manhã de inverno, sua delicadeza poderia se transformar em uma imensa avalanche, destruindo e acabando com tudo o que viu pela frente...
Não sei de fato onde nasci e quando nasci, apenas sei que fui parar nos braços de Leslie quando ainda pequena, ela disse que meus pais não tinham uma boa condição de vida e tinham medo de criar uma criança tão “delicada” como eu, uma pequena boneca, algumas pessoas ficariam traumatizadas pelo resto de suas vidas por ter sido deixada nos braços de outra pessoa, não conhecer seus pais biológicos, eu verdadeiramente nunca me importei com isso, os Schneider me aceitaram e eu aceitei eles, somos todos uma família e os considero meus primos, tios, tias, vó e irmãos de sangue.
Cresci junto com Thomas, Sophia, Nate e Kendall, mesmo eu sendo a mais nova, ganhei algumas vantagens com isso, só não gostava muito quando me faziam de boba e ficava de fora de alguma brincadeira, mas nunca me importei com essas coisas, sempre preferi ficar sentada no meu quarto brincando com as minhas bonecas de porcelana, mamãe comprava muitas para mim, eu amava todas as minhas bonecas, eu era como elas, tão vazias, tanto em corpo como em alma, são ocas por dentro, desejando desesperadamente algo para preencher nesse vazio.
Após uma catástrofe de natal em nossa casa, todos nós ficamos traumatizados, perdemos nossa casa, nossa família... Nosso sangue, me recordo de pouca coisa do que aconteceu, mas me lembro de minha mãe gritando para Nate me levar para fora, ele salvou minha vida, desde então tudo ficou estranho, pela decisão dos adultos, todos nós fomos separados caso tentassem nos pegar, fui para Salém um pouco depois de Nate, ambos estudamos por lá, fiquei feliz de estar com ele lá, no meu primeiro ano ele me deu um presente diferente, um coelho albino de pelúcia, a pelúcia era diferente das minhas bonecas, ele era cheio por dentro, não era oco.
Após longos anos sendo só eu e meu primo, finalmente pudemos retornar para casa, já haviam construído algo completamente novo e diferente, foi tão bom abraçar a minha mãe novamente, era como se tudo estivesse dando certo novamente, assim como alguns de meus primos, esperamos o ano letivo acabar para ir para Hogwarts, eu não sabia ao certo o que esperar, mas tinha que ser corajosa e afinal, não estava sozinha.

- Ama bonecas, coelhos e o inverno.
-Tem albinismo tipo OCA1.
-Não gosta muito de conversar, prefere ficar observando as coisas e tirar suas próprias conclusões pelos olhos dos outros.
-Seu maior sonho é que o inverno seja eterno.
-Tem medo de não ser aceita pelas pessoas.
-Sempre anda com uma boneca de porcelana e olhos de vidro, idêntica a ela e junto o coelho de pelúcia que Nate a deu.
-Gosta de dizer que mesmo sendo delicada por dentro, sempre acontece uma avalanche dentro de si.
-É vegetariana.

Sentada no sofá da Sonserina, observava todos andando de um lado para o outro, aguardava seus primos para acompanha-la, mas sabia que Sophia sempre demorava um pouco mais para se trocar, diferente de muitos alunos da Sonserina, Boréade se destacava um pouco, mesmo uniforme sendo o mesmo, ela customizou a saia, deixando-a um pouco mais cheia e colocou a blusa branca por dentro da saia, deixando a sua gravata verde e prateada por cima, meias que iam até um pouco acima da coxa e sapatinhos de salto iguais a de uma boneca, pegou Abel e sua pequena Winter e saiu da comunal assim que Thomas e Sophia chegaram.

O salão principal estava mais cheio que o normal, ignorava os olhares para ela, não bastava ser albina, ainda tinha que se vestir de uma forma diferente, acenou para Nate na mesa da Corvinal, e se sentou ao lado de Sophia, ela ficou no meio de Boréade e no de Thomas, estava com fome, mas infelizmente tinha que esperar a diretora falar um pouco demais do que deveria, mesmo que a diretora parecesse ser um amor, não estava com vontade de esperar ela falar para comer, olhou para Abel e fez bico.
—Que demora, não concorda Abel?—Pergunta para seu coelho de pelúcia, ele já estava velho, mas ela nem mesmo se importava com aquilo, era extremamente especial para ela, apertou o coelhinho e ignorou novamente os olhares, não sabia o que as pessoas achavam de estranho naquilo, era completamente normal para ela.
Já estava deitada no ombro de sua prima quando finalmente puderam comer, pegou apenas os vegetais e o suco de abobora, estava mais do que perfeito, não sabia como as pessoas conseguiam comer carne daquela forma, ficava imaginando os animaizinhos que haviam morrido para alimentar aquelas pessoas, mesmo que os vegetais também fossem vivos, eles não sentiam dor, então estava valendo.

Quando a Sonserina foi eleita a vencedora da copa das casas, ficou um pouco perdida por um momento, até que se tocou do que havia acontecido, olhou no mesmo segundo para a mesa da Corvinal e fez um gesto que apenas Nate entenderia, era para mostrar que havia ganhado daquela vez, comemorou junto com os membros de sua casa, a noite prometia ser uma criança e ela estava toda ativa para isso.