[OCLUAÇÃO] Akkarin Deutsch Brückner

 > Ocluação é uma das áreas da magia onde pode-se controlar um elemento sem a necessidade de uma varinha. Ocluar a água, o elemento essencial para a vida, seria ótimo para diversas situações, como em ataques, ou proteger outros. A água pode ser moldada das mais infinitas formas, com a possibilidade de ser congelada por algum encantamento para ser utilizada como uma arma ou um escudo. Além disso é possível usar pequenas quantidades do líquido para entrar em frestas ou atravessar grandes, por exemplo, para fazer o que for desejado e estiver no alcance da habilidade. A habilidade também pode auxiliar em diversas aventuras, tornando todas mais dinâmicas conforme a habilidade for bem utilizada.

 > Desde pequeno Akkarin já tinha afinidade com a água. Gostava de brincar em piscinas, lagos, rios, mares, mas era curioso como mesmo em locais de água parada, sempre que o garoto chegava perto ela começava a se movimentar lentamente, por mais imperceptível que fosse. Ele batia a mão em poças na rua e a água espirrava por metros de altura enquanto ele gargalhava, sentindo os pingos frios em seu corpo. Isso começou logo após ele começar a andar, sendo que a primeira vez exata foi durante um de seus banhos, onde ficou em pé, perdendo o equilíbrio e caindo dentro da pequena banheira, espirrando toda a água pelo lugar todo, deixando o banheiro encharcado, inclusive o teto. Desde que a família percebeu que o garoto tinha algo diferente, começaram a treiná-lo para que tivesse controle sobre aquilo que parecia um dom, mas poderia ser muito bem uma maldição. Porém, mesmo com isso, o garoto não deixava de se divertir espirrando água das poças de chuva nas pessoas, ou mesmo fazer pequenas ondas fracas em água parada.

 > Meu corpo estava largado sobre a cama, apenas minha mão estava erguida, se mexendo lentamente, a medida que um filete de água movia-se em círculos junto com ela. Ao meu lado estava o copo quase cheio, a água dentro tremia lentamente conforme eu continuava desenhando um círculo com a palma no ar. Era curioso eu conseguir fazer aquilo, já que meus pais não tinham tal habilidade. Por que eu tinha essa capacidade ainda era um mistério, mas isso explicava de certa forma a minha afinidade com a água. Com a outra mão fiz um sinal com dois dedos, e mais um pouco do líquido do copo se juntou ao filete que já flutuava. Parei a mão, fazendo o líquido também parar enquanto eu observava sua transparência. Fechei a mão lentamente, fazendo o aglomerado de água se unir, formando uma pequena bolha firme de água. Fechei os olhos em seguida, sentindo a fluência da água, sua calma, esperando que ela passasse aos poucos para minha própria cabeça.

Virei o punho fechado para meu peito, abrindo a mão lentamente. A bolha se abriu em um disco fino, praticamente invisível aos olhos. Depois de diversos anos treinando aquilo, era rápido fazer aquelas coisas simples. Me levantei, mantendo a mão aberta e o disco feito, descendo ele até próximo a palma da mão. Tentaria manter ele por mais tempo estável, aquilo ajudava a deixar a mente descansada, além de conseguir treinar parte daquela habilidade. Contava os minutos enquanto andava pelo quarto, o disco plano, girando sobre a palma da mão. Dois minutos e o disco ainda estava estável, o que era difícil para mim, manter a mente tão distraída e sem pensamentos, limpa. Havia desenvolvido a técnica, finalmente. Focar no sentimento que percorria meu corpo, como se ao invés de sangue a água fluísse em minhas veias.

Após diversos minutos que eu mesmo não sabia mais quantos eram, senti minha mão se molhar enquanto eu olhava pela janela. Havia mantido o disco por tanto tempo que nem eu sabia, e aquilo fez um sorriso se formar. Assim quevoltei a atenção, fiz toda a água subir do chão e sair da minha mão, fazendo um novo filete, indo em direção ao copo de água ao lado da cama. Voltei até o móvel, me jogando sobre ele, sentindo o colchão macio abaixo de mim enquanto fechava os olhos, pensando novamente o porque de ter aquele dom ou maldição comigo.